Análise – Far Cry 4 – Você sabe qual é a Definição de Insanidade?

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Numa troca de jogos, eu consegui Far Cry 4 logo no dia do lançamento. Essa demora para uma análise foi por conta de vários motivos: Platina de Assassin’s Creed Unity, Matar Uruks em Middle-Earth: Shadow of Mordor e muitas coisas pra fazer dentro do próprio Far Cry! Mas, eu finalmente consegui zerar e cá estou eu com minha análise!

O RAMBO INDIANO

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O protagonista da vez é Ajay Ghale, filhos de pais nascidos em Kyrat, mas criado nos Estados Unidos, quando sua mãe fugiu da guerra iniciada pelo vilão do jogo, Pagan Min. Anos mais tarde, Ajay volta para sua terra natal com a intenção de enterrar as cinzas de sua mãe ao lado das da sua irmã, no norte de Kyrat. E é ai que mora o problema.  Após cair numa emboscada logo na entrada de Kyrat, o protagonista é sequestrado pelo auto-proclamado rei Min, mas consegue fugir (ou não! Deixarei isso mais pra frente :P), sendo resgatado pelo Caminho Dourado, grupo de rebeldes que luta contra o regime de Pagan. Ele vai com os rebeldes até um lugar seguro, onde conta que não pretende ficar, quer apenas realizar o último desejo de sua mãe. Acontece que o lugar onde sua irmã está enterrada fica no Norte, completamente dominado por Pagan Min!

10845977_789182674486138_48212551992764361_n Após descobrir mais sobre o Caminho Dourado, inclusive que foi criado pelo seu próprio pai, Mohan Ghale, Ajay se junta ao grupo. E aí, toda sua fodisse começa a aparecer! Simplesmente do nada, Ghale pega em armas e sai matando e libertando tudo e todos por todo o sul de Kyrat! Vamos lá, Jason Brody, de Far Cry 3, pelo menos tinha aquelas tatuagens “mágicas” que davam mais habilidades a ele. Ajay não, ele é um Rambo nato!

A impressão que eu fiquei após concluir o jogo é que a Ubisoft deu um foco maior nos personagens secundários, enquanto o protagonista não convenceu tanto quanto Jason fez. Falta aquela carisma de “Oh fuck, fuck!” que o Brody tinha, saca?

OS VILÕES!

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Quando falamos em Far Cry, os vilões são tão importantes quanto o protagonistas, ou até mais (quem jogou Far Cry 3 sabe que o verdadeiro protagonista foi o Vaas!). Far Cry 4, ainda que tenha um vilão principal, há quatro antagonistas que lhe atormentarão durante o jogo! O primeiro e mais importante, Pagan Min, o cara que traiu seus compnheiros (Mohan Ghale inclusive) e se nomeou Rei de Kyrat. Nos primeiros minutos de jogo, que a Ubisoft já havia exibido na E3 2014, Pagan parece ser um cara que vai lhe infernizar a vida, aquele cara que realmente vai arrebentar… mas não. Pagan quase nem aparece no jogo, ainda que ele te ligue algumas vezes pra encher o saco (e Ajay nem responde). Poderia ter sido um ótimo vilão, mas essa ausência o deixou meio de lado. Isso poderia ser explicado pelo fato que Min fica recluso em sua fortaleza no Norte, dividindo o resto do país entre os outros vilões. Mas, mesmo assim né cara. E isso se repete com os outros, que recebem até menos atenção que Min.

10367791_789183407819398_3393240435880205820_n Paul Harmon, conhecido como “De Pleur” pela sociedade de Kyrat, é o cara que interroga as vítimas por meio de tortura. Possui uma esposa desconhecida e uma filha chamada Ashley, ambas residentes no Estados Unidos. Paul as visita a cada seis semanas e, durante suas cenas, percebemos que ele realmente é um pai carinhoso. Foi parar em Kyrat por conta de problemas financeiros! Paul é o vilão menos importante dos quatro, sendo o primeiro a rodar nas mãos de Ghale, que o leva até o Caminho Dourado, onde tem um fim desconhecido. Cá entre nós, De Pleur era meu favorito :P

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Noore Najjar não pode ser bem considerada uma vilã. A moça só se submete as vontades de Min porque De Pleur “está com sua família” (nada de spoilers!). Noore sequestra Ajay para lhe pedir ajuda, o que a torna quase que uma amiga. Ela comanda a Arena Shanath, um lugar muito bacana onde podemos testar nossas habilidades em três modos de jogo diferente e competir em placares mundiais. São eles: Sobrevivência, cujo objetivo é aguentar 5 ondas de inimigos; Infinito, onde temos que sobreviver até quando pudermos, tentando sempre uma melhor pontuação; e Luta com Armas, onde você escolhe uma arma para sobreviver 5 rodadas! Isso é realmente bem bacana e acaba sendo viciante!

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Yuma Lau já foi o braço direito de Pagan, mas isso ficou no passado. Yuma é a general mais importante do Exército Real e é através dela que revelações a respeito de Pagan são feitas! Não vou colocar spoiler aqui, fiquem tranquilos! Yuma está atrás da lenda de Shangri-La, onde acredita estar a verdadeira força para mudar Kyrat.

MUITA COISA PARA FAZER!

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Como disse, minha demora para análise foi em grande parte culpa da enorme quantidade de coisas para fazer no jogo, principalmente se tratando de Colecionáveis. Temos Cartaz de Propaganda para rasgar e evitar que a mentira se espalhe ainda mais; Cartas Perdidas para ler e se emocionar; Diários de Mohan Ghale para descobrir o que é e o que não é verdade sobre o que falam do pai de Ajay durante o jogo; Máscaras de Yalung para destuir, pra tirar o mal agouro de um serial killer; Rodas Mani para girar e ganhar Pontos de Karma; Thangkas espalhadas por toda Kyrat que nos dão acesso temporário a Shangri-La; e claro, os bons e velhos Baús de Espólios para abrir. E vale notar que os “espólios” estão mais estranhos do que nunca, principalmente os que achamos no corpo dos inimigos!

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Fora os colecionáveis temos as Torres de Sino, que revelam uma parte do mapa quando desligadas. E há ainda um total de 24 Postos Avançados, onde após todos os inimigos serem mortos, liberam um local para Fast Travel, novas missões e a loja. Uma novidade de Far Cry 4 é que tropas são enviadas de tempos em tempos para tentar recuperar o Posto. E, além disso, eles ainda podem ser rejogados afim de conseguir uma melhor pontuação no placar mundial! Isso é realmente bacana! Outro evento aleatório além dos grupos de retaliação são os Eventos de Karma, onde Ajay deve salvar pessoas, ajudá-las a lutar ou adquirir informações do inimigo. O Karma em Far Cry 4 é usado para diminuir o preço dos compráveis e desbloquear algumas Armas de Assinatura, versões pré-estabelecidas mais poderosas de algumas armas. E existem ainda mais dois eventos aleatórios! A Fúria de Pagan, três carros armados que Min usa para conseguir algum dinheiro perdido nos Postos Avançados; e

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Como disse, após libertarmos um Posto Avançado, novas missões são liberadas. E cara, são muitas missões! Temos: Resgate de Reféns, onde temos que ir furtivamente libertar quatro reféns da Guarda Real, e se formos vistos, bom, é bom correr pra salvá-los! No mínimo dois devem sobreviver; Desarmar Bombas, que, pra mim, é o mais legal. Um número de bombas estão armadas e em silêncio, devemos desativá-las. Caso formos visto, o cronômetro surge na tela!; Kyrat Fashion Week é a missão que nos leva a caçar animais únicos igual em Far Cry 3; Sobrevivência, Suprimentos e Controle são tarefas de caça; Olho por Olho e Assassinato são tarefas onde você deve matar um alvo sobre determinada condição.

Esse é com certeza um dos pontos positivos do jogo: é bastante coisa pra fazer, e todas elas proporcionam uma diversão e satisfação única!

A MÍTICA TERRA DE SHANGRI-LA!

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Se você achou que Far Cry 3 tinha ido para um lado meio sobrenatural, Far Cry 4 apela para o sobrenatual, tanto na religião dos personagens quanto na própria Gameplay. Antes, um pouco de história: quando Mohan Ghale foi traído por Pagan Min e Yuma começou a procurar por artefatos daquela terra, o pai de Ajay pegou a thangka que tinha num quadro em sua casa, o rasgou em vários pedacinhos e ordenou que Darpan (o cara responsável por ajudar Ajay a entrar em Kyrat) o espalhasse por Kyrat. A dupla Yogi e Reggie, dois tranbiqueiros drogados contam a história para Ajay e a partir daí, podemos ir em busca dos thangkas.

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Nessas missões na mítica terra de Shangri-La, o jogador é colocado na pele do guerreiro kyrati Kalinag, em busca de libertar aquele que seria o paraíso. Com um leão branco (o da imagem ao lado, que volta a vida após esse primeiro encontro) e algumas armas especiais em mãos, o guerreiro enfrenta demônios Rakshasa em sua jornada. Essas missões oferecem algum perigo, já que o dano causado pelos inimigos é até que alto e não possuímos seringas de cura! Mas, é divertido sim ver esse outro lado da mitologia de kyrati.

KYRAT: UM LUGAR PARA BELOS E ENCAPETADOS ANIMAIS!

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Kyrat tem uma vasta fauna, indo de animais pequenos, grandes, aéreos e aquáticos. São Rinocerontes, Ursos, Onças, Lobos, Peixes-Demônios e três em especial que perturbam o jogador durante o jogo inteiro, frustrando muitas vezes uma tentativa de uma aproximação furtiva!

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O primeiro deles são as Águias, que enfurecem até mesmo os NPCs com um simples grito de aviso de sua aproximação. Muitas vezes você está caminhando tranquila e naturalmente quando chega uma filha da puta que toma uma grande parte de sua vida! Fique atento a qualquer som que ouvir, pois ela está perto e você provavelmente é o alvo!

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O segundo que merece destaque aqui é o Ratel, apelidado carinhosamente pelos jogadores de Gambá Chuck Norris. Já imaginaram a situação né? Um simples guincho no meio do mato é o suficiente pra minha escopeta voar em minhas mãos! O terceiro bicho não tão chatos quanto os dois são os Dholes, cachorrinhos que podem parecer mansos e inovencivos até que um grupo deles decide correr pra cima de você. Ai meu amigo, ai a escopeta grita!

SE DIRIGIR, ATIRE!

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Far Cry 4 apresenta a mesma mecânica de seu antecessor, com algumas mudanças muito bem vindas: agora é possível atirar enquanto dirige, com a condição de ter uma pistola. O recurso de Rapel também foi acrescentado, como já devem ter visto em vários vídeos de Gameplay. Isso facilita bastante, abrindo alguns atalhos interessantes durante as caminhadas ou na hora de planejar um ataque.

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Uma coisa que mudou foi a Roda de Armas, que ganhou mais algumas funções, o que pode ter tornado seu uso um pouco mais complexo do que em Far Cry 3, mas nada que algumas horas de Gameplay não resolvam. Ainda na Roda de Armas, existe a opção das Armas de Aluguel, mercenários que podem ser chamados para lutar ao seu lado nas batalhas, podendo ser comprados novamente nas lojas ou através dos Pontos de Karma. Falando em armas e tudo mais, existe um novo inimigo, chamado de Caçador. Ele é um verdadeiro saco e deve ser morto o quanto antes possível! O Caçador fica pouco tempo marcado, usando a câmera ou a mira; atira flechas que causam um dano alto, podem encantar animais para irem contra você e podem te ver através da vegetação! Sim, são uns filhos da puta.

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Existem ainda um veículo novo que cara, é uma delícia: o Girocóptero, ou Buzzer. Pra ele não tem caminho ruim! Dá pra passar pelas montanhas (não as mais altas, claro), cortar todo o caminho pelo ar, não precisar escalar as Torres do Sino, é uma maravilha! Há outra adição interessante, mas não tão comum de encontrar: um barco que consegue andar na terra também!

Falando em novidades deliciosas, temos a Besta Automática, já mostrada em algumas Gameplays. Essa coisa é uma verdadeira estupradora, esteja o cara protegido por armadura ou não! Grande parte das vezes é hit-kill. Podem confiar, essa é uma que vale a pena gastar suas Rupias. E falando em gastar Rupias, há outra adição ao jogo que fará você gastar muitas: a Residência Ghale. Ela é mais por enfeite e pra falar que tem do que pra qualquer outra coisa. A grande vantagem dela é ter algumas plantas em seu quintal (quando a melhoria é comprada) e ter um Buzzer sempre esperando sua vontade! Ok, tem uma árvore que cai dinheiro, mas… não é exatamente necessário!

COOPERATIVO E COMPETITIVO

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Assim como Unity, Far Cry 4 adotou o Modo Cooperativo, fazendo um cara conhecido retornar: Hurk, que se alia ao Caminho Dourado e vira seu companheiro de armas para jogar junto. Isso seria muito bom se, assim como eu, muitas pessoas não estivessem nem conseguindo achar uma partida Cooperativa. O buscador fica buscando infinitamente e nada! O único jeito que conseguir testar foi com um amigo, para libertarmos um Posto Avançado junto. Fazer isso é bem bacana. Creio que esse sim foi o verdadeiro propósito desse Cooperativo, pois jogar com um estranho com certeza ficaria… estranho!

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 O Modo Competitivo de Far Cry 4 coloca os jogadores em duas facções diferentes: o Caminho Dourado, já manjado; e os Rakshasas. Sim, os demônios de Shangri-La! Foi uma ideia bem interessante colocar num mesmo campo de batalhas pessoas que usam tecnologia e pessoas que usam poderes místicos! E essa fórmula funciona bem, equilibrando ambos os lados.

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O Caminho Dourado tem armas de fogo à disposição, assim como veículos e itens compráveis dentro da própria partida, como o colete balístico. Se armam também de explosivos e podem usar o ninho de armas espalhados pelo cenário, dando acesso por exemplo a um morteiro. São eles que começam tendo acesso a Torre de Sino, que quando ativada, revela a posição dos Rakshasa, que devem batalhar para desativá-las!

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Do outro lado estão os Rakshasa, que usam um arco e flecha com algumas variações (flechas de fogo, explosivas…) e podem usar a força dos animais em sua vantagem. São os únicos capazes de coletar plantas para três tipos diferentes de seringa: de cura, para aumentar velocidade, e uma que permite que o “espírito” do personagem vague por ai afim de descobrir a localização dos inimigos sem o perigo de ser visto ou morto. Os Rakshasas podem também ficar invisíveis quando abaixados, dando uma bela chance de infiltração no time inimigo.

10849897_789477767789962_370864481490984979_n O Multiplayer é composto por três modos de jogo: Posto Avançado, onde o Caminho Dourado deve proteger o posto enquanto os Rakshasa tentam tomá-lo; Máscara Demoníaca, onde ambos Caminho Dourado e Rakshasa devem capturar um antigo artefato com poderes místicos; e Propaganda, onde o Caminho Dourado deve destruir as propagandas que os Rakshasa colocam em favor de Pagan Min!

Ainda que poucos Modos, esses três conseguem fazê-lo passar uma tarde se divertindo, tentando alavancar sua habilidade tanto com o Caminho Dourado quanto com os Rakshasa!

BUGS?

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Quando falamos de Ubisoft, é normal a galera perguntar como o game está em questão de bugs e problemas em geral. No início da minha experiência em Far Cry 4, presenciei alguns inimigos voando de um lado para o outro e esse caso da imagem acima do inimigo voando. Depois disso, nada! Absolutamente nada!

Para um mundo do tamanho de Far Cry 4 e com o tanto de missões que ele possui, está rodando lisinho, bem tranquilo. Claro que não tem como comparar com Assassin’s Creed Unity, que é um exagero de pessoas nas ruas e tudo mais xD

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Como um resumão, Far Cry 4 é um ótimo jogo que trouxe boas inovações em relação ao seu interior, mas não chegou a superá-lo tanto por conta da falta de aproximação com os personagens quanto por passar uma sensação de “CTRL + C CTRL + V”, não mudando nem mesmo os símbolos do mapa. E pode parecer que não, mas isso acaba tornando a experiência um tanto enjoativa.

NOTA: 8,2

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