Análise – InFamous Second Son: O melhor jogo da Nova Geração, mas tem seus defeitos

Estou com meu InFamous Second Son desde quinta-feira passada, consegui zerá-lo tanto com o Karma ruim quanto com o Karma bom. E, posso dizer que InFamous Second Son é o melhor jogo da Nova Geração… até agora! Obviamente, isso não impede do jogo ter seus defeitos, e o maior deles (na verdade o único que encontrei) é na história! Mas, vamos por partes:

AVISO: Esta análise contém SPOILERS em relação aos poderes que Delsin adquire durante o jogo; o meu enredo do jogo pode também conter certas informações que algumas pessoas não gostariam de ler, mas nada que influencie sua experiência no decorrer da história.

O Combate é excelente e voar pela cidade é colírio para os olhos!

De início, eu achei a movimentação estranha, muito “solta”; parecia que Delsin voava mesmo quando estava andando! Mas, após algum tempo de jogo, eu me acostumei e percebi que ela é realmente perfeita por combinar demais com o estilo do jogo.

Cada poder interfere no Gameplay: na minha opinião, o melhor para lutar é o poder de fumaça; já o poder de Neon é bom em grupos de inimigos mais simples ou quando tiver “míssel” para lutar contra os brutamontes; já o de Vídeo é ótimo quando você está numa situação em que a agilidade é a melhor estratégia; já o poder de Concreto é bem forte, mas lento.

Uma das coisas mais interessantes do jogo é que ao mesmo tempo que você tem que prestar atenção nos inimigos, tem que ficar olhando seu marcador de poder. Caso ele esvazie, você não poderá usar seus poderes e terá que recarregar! Outra coisa é que você não “guarda” os poderes. Por exemplo: se você estiver usando fumaça e quiser mudar para Neon, terá que encontrar uma fonte de Neon e sugá-lo; e ai vai..

Caso você esteja meio cansado de brigar, pegue um poder e saia passeando pela cidade! A vista é simplesmente LINDA! Suba num lugar alto e pule fazendo um ataque de cometa! Perfeito cara.

Cada canto de Seattle é real, e a vista é realmente bela! Não sabe para onde ir nas férias? Vá para Seattle!!

ATIVIDADES DE SEATTLE

Seattle não é uma cidade muito grande, apesar de dar a impressão de ser. Porém, existem várias atividades secundárias, que variam entre pichar muros e caçar drones, até destruir Comandos Móveis da DUP e liberar missão principais e secundárias de cada Distrito. E ainda há os Confrontos de Distritos, que é habilitado quando o nível de influência da DUP estiver em cerca de 30%, ai você liga para uma mulher dizendo que algum bioterrorista “muito sexy e habilidoso” pintou o outdoor deles, e a DUP cai em cima de você.

Além dessas, há aquelas atividades que influenciam o seu Karma dependendo de suas ações.

  Falando da DUP, tome cuidado! Fique de olhos abertos enquanto anda por Seattle. De começo, eles ficarão na deles, mas se verem você usando seus poderes, vão atacar!

As câmeras também te denunciam, por isso mantenha um olho no seu GPS para não ser surpreendido por um delas.

 

O ENREDO – O Grande vacilo de Second Son

A história desse jogo me decepcionou! Vamos entender o motivo: no início, quando o jogo fora divulgado, a proposta da história era basicamente a seguinte: o protagonista se chamaria Delsin Rowe, um cara normal que queria deixar sua marca no mundo e mudá-lo para melhor, porém não tinha poderes para isso. Ai, quando ele descobrisse ser um Condutor e ganhasse seu primeiro poder, iria atrás da DUP e proteger a sociedade.

Agora, o enredo verdadeiro: Delsin é membro da tribo Akomish, e após viver 24 anos como uma pessoa normal, um acidente transforma sua vida: ele libera 3 Condutores, e um deles, Hank, fica pra trás, e acaba passando seus poderes para Delsin (vale notar que Delsin não suga os poderes dos outros, e sim os clona!). A ‘’chefona’’ da DUP, Brooke Augustine, tem poderes de Concreto, a qual passou para os outros agentes de sua organização. Ela vai lá, sequestra Hank e machuca todos da tribo de Delsin, enfiando concreto em seus ossos a fim de obter alguma informação. Delsin acorda 1 semana depois e descobre que o pessoal da tribo está morrendo, e não melhorando. Junto com seu irmão Reggie, eles vão para Seattle a fim de sugar o poder de Augustine e salvar seu povo!

E ai vem o problema da história: a Sucker Punch nos passou a sensação que Delsin seria um herói para todos, mas na verdade a história gira em torno somente dele e seu desejo de sugar o poder de Augustine! A história poderia ter sido MUUUUITO melhor se eles tivessem feito algo parecido com os dois primeiros InFamous, e não uma hístória pessoal.

Apesar disso, a história foi muito bem dirigida, seguiu bem esse conteúdo. Ela é bem curtinha, da pra zerar ela em 3 horas ou menos, dependendo da dificuldade em que você estiver jogando e da sua habilidade.

Os personagens são ótimos: Abigail Walker, mais conhecida com Fetch, passa a imagem de uma revoltada e viciada em drogas, mas não em exagero; Eugene Sims, o Gamer do rolê: ele é um cara anti-social, mas não chega a melancolia sem graça de alguns filmes que vemos por ai.

E o irmão de Delsin, Reggie, é muito daora: ele o e irmão ficam fazendo trocadilhos ao estilo Nathan Drake e Victor Sullivan (Uncharted).

A LUTA DO BEM CONTRA O MAL

Desde InFamous 1 temos o sistema de Karma no jogo, e obviamente ele estaria presente em Second Son!

Porém, eis aqui outro aspecto que me deixou meio triste, mas ele é sim muito bom! Durante o jogo, você terá que fazer escolhas que influenciarão o seu Karma. Basicamente, durante o jogo, isso não vai influenciar muito além dos poderes que você poderá desbloquear, já que alguns precisam de Karma bom e outros de Karma ruim. As pessoas, quando você chegar perto, se estiver com o Karma ruim, vão gritar: “você não tem lugar aqui”, “vá embora”, “você é só uma imitação do Cole”, além de largarem o celular e sairem correndo gritando! Se estiver com o Karma bom, elas vão dizer: “Eu quero ser a mãe dos seus filhos”; “Estamos muito orgulhosos de você”; “Nunca nos abandone”, além de tirarem fotos com flash (sim, você percebe o flash, o que é muito foda!).

No finalzinho do jogo, dependendo do seu Karma, as pessoas vão te atacar ou apoiá-lo. Mas é só.

Uma dica de amigo que eu dou pra vocês: caso não quiserem platinar o jogo, joguem com o Karma bom, porque no Karma ruim o Delsin fica muito babaca! Igual um amigo meu disse: o Cole, quando estava com o Karma ruim, era um cara ‘bad style’, e, dependendo da perspectiva, ele nem era tão ruim assim, só estava seguindo por um caminho diferente do esperado, digamos. Já em Second Son, Delsin faz “maldades” por simples pirraça parece, o que suja um pouco sua imagem (com as pessoas do jogo e as de verdade..). Portanto, o lado bonzinho dele faz bem mais sentido do que o lado “mal”.

 O LEGADO DE COLE

Eu fiz a pré-venda de InFamous e talvez por isso tenha ganho a DLC Cole’s Legacy. Eu sinceramente achei que seria algo fenomenal, com uma história elaborada contando os eventos nesse intervalo de 7 anos, mas não.. é algo simples de ir coletar informações. Não é ruim, mas poderia ter sido uma coisinha mais bacana. O legal mesmo é você ganhar a jaqueta do Cole ao final das missões, que ficou beeem estilosa no Delsin!

Outra coisa bacana é você voltar a ouvir a voz de Zeke, parceiro de Cole nos InFamous anteriores! E ele da sugestões de uma continuação para o jogo (o que obviamente terá).

 (Minha platina acima u_u) Apesar de todos esses “errinhos”, InFamous Second Son é um jogo fantástico, que vale muito a pena jogar caso você tenha um PlayStation 4! Horas em Seattle parecerão minutos de tão bom que é! Para uma próxima sequência, seria bom se Nate Fox desse uma revisada na história do jogo e no sistema de Karma, pontos aonde os dois primeiros InFamous ganham de Second Son! Seria bom explorar mais Delsin Rowe também, que é um excelente personagem, muito fácil de se apagar a seu jeito “malandrão”, mesmo que no meio do jogo ele morresse e trocasse de herói (efeito Game of Thrones). InFamous tem potencial para continuar, mas também espero que não saturem demais a série e achem um final digno para ela!

NOTA: 8.8